sábado, 14 de julho de 2012

Negra Li é diva black

Negra Li ressurge como musa black em ‘Tudo de Novo’, álbum pop romântico lançado após seis anos sem disco

MÁRCIO CRUZ

A cantora Negra Li acaba de lançar seu terceiro álbum

Seis anos após o lançamento de seu último álbum de estúdio, a mais bem-sucedida rapper brasileira está de volta. Liliane de Carvalho, a Negra Li, surgiu nos guetos, nos anos 1990, com o grupo RZO (Rapaziada da Zona Oeste), quando ainda morava na Vila Brasilândia. Os versos assertivos e a bela voz, que ela aperfeiçoa há mais de uma década com aulas de canto, e a história pessoal, garantiram a ela um dos papéis principais no filme “Antônia” (2007), de Tata Amaral, adaptado para a TV pela Globo.

Também em 2007, atendendo à indicação de sua fonoaudióloga, ela fez uma cirurgia de correção do desvio de septo e chegou a ser criticada pelo movimento negro por ter alterado o formato do nariz. “Ficou melhor para cantar. Antes não dava para fazer agudos”, defende-se. A partir daí, enquanto Negra Li deixava o rap de lado para entoar canções, Liliane deixava as quebradas da Brasilândia para se mudar para a Granja Viana. “Foram anos cruciais. Foi um avanço na minha vida pessoal, minha filha nasceu em 2009 e eu tive a sorte de fazer muitos shows. Viajei para Nova Zelândia, Austrália, Alemanha, Japão...”, conta.

Hoje, aos 32 anos, casada com o rapper Junior Dread e mãe de uma filha de 5, ela acaba de lançar seu terceiro álbum, “Tudo de Novo”, com canções românticas de pegada soul e r&b. Nas fotos de divulgação, tiradas por J.R. Duran, Negra Li encarna uma diva. “A Beyoncé traz muitas ideias porque ela trabalha essa coisa de personagem. Quando está no palco ela é Sasha, faz carão”, diz Li. A música, no entanto, tem raízes na mpb. Para escolher o repertório, ela contou com o experimentado produtor Rick Bonadio (Skank, NxZero, Fresno). “A gente buscou canções da mpb e colocou o soul na voz e o r&b na produção”, explica.

As canções trazem a assinatura de compositores como Nando Reis, Sergio Britto, Leandro Lehart, entre outros, e do próprio Bonadio, que criou “Hoje Eu Só Quero Ser Feliz” e resgatou “Culto de Amor”, gravada por Edgard Scandurra em 1987. Além de se preparar para o show de lançamento, previsto para agosto, ela estreia no teatro dia 25 do mesmo mês no papel da boazinha Rainha Branca, no musical infantil “O Chapeleiro Maluco”, adaptação de “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol.

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