sábado, 1 de dezembro de 2012

Negra Li canta e atua



Garota nascida na Vila Brasilândia e revelada ao mundo pelo rap navega agora na onda dançante da soul music e empresta seu talento ao musical infantil “Chapeleiro Maluco”, em cartaz no teatro GEO, São Paulo. Em bate papo descontraído, Liliane de Carvalho, 33 anos - a Negra Li - fala do início de carreira, do preconceito que teve que enfrentar e da fase atual.

Desde pequena ensaiou pocket show para as suas bonecas e viu num folheto de propaganda de um curso de teatro que recebeu na escola, a possibilidade de assimilar o aprendizado. Antes de a música entrar na sua vida, o teatro já havia ocupado o seu espaço, pois no fundo, Negra Li sempre quis ser famosa. “Eu sempre cantarolava, desde criança, nas rodinhas e na sala de aula, até que um amigo meu me chamou para participar do grupo dele”, lembra. “Fiz algumas apresentações e, quando decidi que seria a última vez que iria cantar, o RZO (grupo de rap e hip hop) estava lá, me ouviu e me chamou para gravar”, explica Li o seu início.

Depois de algum tempo com o grupo, Negra Li alçou voo solo e gravou seu primeiro disco em 2006. Nos últimos seis anos, a cantora fez parcerias com Caetano Veloso, Charlie Brow Jr, entre outros, que trouxe maturidade para a sua carreira. Hoje, Li ressurge em novo álbum endossado por grandes nomes como Rick Bonadio e continua divulgando “Tudo de Novo”.

A maturidade saiu dos palcos e passou também para a vida pessoal. Casada com o músico Junior Dread com quem tem uma filha, Sofia, 3 anos, é o estandarte de sua livre, leve e valiosa vida.

Mesmo tendo mudado de estilo ao longo da carreira, Negra Li se orgulha de suas origens. “... Sou muito orgulhosa de ter iniciado minha carreira no rap porque, apesar de ser quase por acaso, combinou muito com o meu conceito, com tudo o que eu pensava...”, avalia. “Há uma subestimação em relação ao rap por ser um estilo que vem da periferia. Mas, para entrar na música, é mais fácil pelo rap, porque pelo rock você precisa ter uma guitarra, um baixo, uma bateria, que são instrumentos caros. Para o rap, basta uma base tocada que você canta em cima. É mais fácil para quem não tem tanto recurso financeiro.”

A cantora fala ainda sobre o musical “Chapeleiro Maluco” e comenta da sua timidez. “Há um tempo eu era um bicho do mato. Não sabia administrar o assédio”, lembra. “Agora é o contrário, eu peço para tirar foto. Amadureci muito”, conclui. Li quer mais. Quer cantar por prazer e não por necessidade. Quer passar mais tempo com a família ou até aumentá-la. Quer dar todo seu gás agora, nos palcos, seja cantando, atuando ou dançando para que um dia possa trabalhar menos e viver mais.

fonte: O Diario de Mogi -
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